Entre as maravilhas do seu riquíssimo folclore, temos essa maravilha que Bolsonaro acaba de perpetuar: "Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira". E continua: “Passa-se mal, não come bem. Aí eu concordo. Agora, passar fome, não". Imagine os “povo” da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) ouvindo informação tão preciosa como essa! Talvez Bolsonaro estivesse entusiasmado com o delicioso café da manhã que estava tendo com os correspondentes da imprensa internacional. E continuou: "Você não vê gente mesmo pobre pelas ruas com físico esquelético como a gente vê em alguns outros países pelo mundo", explicou Bolsonaro, sem citar nominalmente as nações que mencionou na deliciosa declaração. Provavelmente porque uma dessas nações era o Brasil e ele não tinha percebido.
A fala foi uma resposta a uma representante do jornal espanhol El País, durante café da manhã (café da manhã?) com correspondentes estrangeiros, em Brasília, que perguntou qual trabalho o governo tem realizado para reduzir a pobreza no país. E não foi ontem, não foi no 1º de abril... Ele disse ainda outra barbaridade, quando respondeu que o que os poderes Executivo e Legislativo podem fazer "é facilitar a vida do empreendedor, de quem quer produzir, e não fazer esse discurso voltado para a massa, porque o voto tem o mesmo peso". Um peso e duas medidas, era o que certamente estava pensando.
Bolsonaro também criticou a prática de distribuição de bolsas como forma de "distribuir riqueza" e disse que é o conhecimento que tira o homem da miséria - o que, pare ele, não foi bem cuidado nas últimas décadas. "A educação aqui no Brasil nos últimos 30 anos nunca esteve tão ruim", avaliou. Deve ser por isso que o presidente é... deixa pra lá!