A chanceler alemã, Angela Merkel, deu seu apoio, nesta sexta-feira (19) às deputadas Democratas que foram criticadas por Donald Trump por terem raízes estrangeiras – apesar de todas, menos uma, terem nascido nos Estados Unidos. "Sou solidária às mulheres atacadas", afirmou Merkel, em sua tradicional coletiva de imprensa de verão. No último domingo (14), Trump publicou uma série de tuítes onde diz que congressistas democratas de origem estrangeira deveriam voltar para seus países. No dia seguinte, as congressistas Alexandria Ocasio-Cortez (Nova York), Ilhan Omar (Minnesota), Ayanna Pressley (Massachusetts) e Rashida Tlaib (Michigan) realizaram uma coletiva de imprensa, na qual classificaram a atitude de Trump como "racista" e prometeram que suas vozes não serão caladas. Para Merkel, os recentes tuítes do republicano contra as congressistas de origem estrangeira "vão de encontro à grandeza americana". Segundo a chanceler, um dos pontos fortes dos Estados Unidos são "as pessoas de diferentes origens que constituem o povo". Sua reação também mostra o quanto o racismo é uma questão extremamente sensível na Alemanha, que se esforça para se mostrar como uma nação tolerante, diante de um passado marcado pelo nazismo. Na quinta-feira (18), Ilhan Omar, uma das atacadas, chamou Trump de "fascista", depois de suas declarações no comício que ele fez na Carolina do Norte na última terça-feira (16). Seu público Republicano gritou: "Mande-a de volta!". De forma obviamente cínica, depois do comício, Trump disse que desaprova o que aconteceu. "Eu diria que não fiquei feliz com aquilo. Eu discordo daquilo. Mas, de novo, não fui eu quem gritou - foram eles".
