O MEC desmente, mas a semana promete ser de muita preocupação nas universidades e institutos federais de todo o país. Notícias de cobrança de mensalidades nos cursos de graduação só aumentaram a crise que as instituições vivem desde o final de abril quando sofreram um bloqueio de 30% das verbas. Já está difícil pagar as contas de luz, telefone e empresas terceirizadas da limpeza e segurança. O MEC convocou os reitores para reuniões nos dias 16 e 17 de julho, em Brasília. Informações vazadas nas redes sociais, durante o último fim de semana, adiantaram que uma nova proposta para aumentar a "autonomia financeira" das universidades que seria apresentada nos encontros. Pelo twitter, o ministro da Educação, Abraham Weintrub, tentou desmentir, mas só aumentou a apreensão. "A graduação não será paga pelos alunos das federais. Manteremos a situação atual (pagadores de impostos), porém, a rápida deteriorização das contas vista nos últimos anos será interrompida. Há avanços maiores e menos polêmicos serão apresentados dia 17. não percam". Dúvida nas redes, e certeza no cotidiano dos alunos das universidades públicas. O corte de verbas já atinge a realidade e os sonhos dos jovens universitários. Falta dinheiro para o bandejão, os ônibus que interligam os prédios das universidades, para intercâmbios e até para as aulas práticas fora do campus. As reitorias estão com dificuldades para ajudar os alunos mais pobres a permanecerem na universidade - o número só aumenta - porque a verba para a assistência estudantil está congelada. Há casos de alunos que escolheram as "datas pra faltar" porque não tem dinheiro. O aluno Miguel de Lima,18 anos, da Universidade Federal de São Paulo, é um deles. O primeiro da família a passar para uma universidade federal, Miguel pediu uma bolsa de permanência estudantil. Como a resposta estava demorando, a mãe dele fez um empréstimo para que ele pudesse se manter. Será que problemas como esses são vividos por alunos de universidades dos países citados pelo ministro da Educação para "comemorar" novos tempos??? Diz o twitter: "Não há privatização alguma! Teremos um modelo moderno que nos aproximará da Europa, Canadá, Israel, Austrália, EUA, etc. A adesão das universidade será voluntária, permitindo separar o joio do trigo... as que quiserem ficar no atual modelo, poderão ficar". O novo presidente da UNE, Iago Galvão, estudante de Economia da USP, eleito nesse domingo, no congresso anual em Brasília, já adiantou que no dia 13 de agosto tem um novo "tsunami da Educação" pelas ruas do Brasil. "Apesar das nossas diferenças é essa pluralidade que faz a UNE estar gigante. Saindo desse ginásio, precisamos estar unificados nas ruas para derrotar Bolsonaro. Só a luta e os estudantes mobilizados conseguirão derrotar este governo. É tarefa de cada um de nós passar em muita sala de aula, porque quando a gente se une a gente derrota aqueles que são os inimigos do povo”, conclamou Iago. Os estudantes também receberam o apoio do ex-presidente Lula que mandou uma mensagem direto da carceragem da PF em Curitiba. "Vocês me deixaram seguro de que o nosso legado está sendo muito bem defendido, com muita garra e consciência. Eu, que já participei de tantos Congressos da UNE, sinto que este será tão importante como aquele de 40 anos atrás, quando outra geração de estudantes desafiou a ditadura para refundar o que haviam proibido", reafirmou Lula. Leia a Reclamação na íntegra.