Faça qualquer pesquisa. O país está dividido e está perdido em campo. Perdido nas opiniões sobre tudo que se refere a questões políticas. Tudo a que se refere a reforma da Previdência. Tudo que se refere à Justiça de Moro. Isso obviamente é muito ruim para todos. Vivemos um país sem rumo certo, sem saber o que vai acontecer no próximo instante. Mas uma coisa é absolutamente certa: o golpe judicial desfechado por Moro e seus procuradores, sob o olhar tipo taokey do Planalto, é inegável, absolutamente ilegal e responsável por colocar o país à beira desse precipício, onde o povo fica mais pobre, com menos emprego e mais desorientado. Mas o que há de mais errado ainda (embora não seja politicamente surpreendente) é imaginar que haja algum supremo juiz capaz de defender as jogadas puramente políticas do então juiz Sérgio Moro. Como sempre disse aquele juiz de futebol de irmão tucano, Arnaldo Cezar Coelho, “a regra é clara”. Trazendo para o campo político, isso quer dizer que juiz não pode tomar partido, ele tem que julgar dentro das leis. Se um juiz de futebol orienta um dos times a cometer falta de um modo a não receber apito, ele não estará mais julgando, estará torcendo por um dos times. E foi isso que Sérgio Moro fez. Ele torceu e distorceu. Tomou partido. Mudou regras. Fechou os olhos para as faltas – bem violentas! – que um dos “times” estava cometendo. Pior: orientou um dos times a praticar faltas quando ele estivesse fazendo de conta que não estava vendo. Não por acaso, o “time” que ele resolveu apoiar é o mesmo do presidente da República. E agora faz de conta que não é com ele, que as coisas não são bem assim. Felizmente podemos contar com as gravações do The Intercept Brasil, o nosso tira-teima. É o VAR que estava faltando para um julgamento sem dúvidas.