09/07/2019 às 15h38min - Atualizada em 09/07/2019 às 15h38min

A GUERRA DIGITAL DA POLÍTICA


Outro dia, na sala ao lado, grande discussão sobre o que seria mais seguro – o Telegram ou o WhatsApp. Isso não interessa mais. Talvez seja um, talvez não seja o outro, talvez seja algo que ninguém sabe direito. As coisas não são exatamente como se imagina. Tem opinião tecnológica que atribui mais segurança ao WhatsApp. Mas essa segurança, seja qual nome tenha, não é absoluta. Haverá sempre a possibilidade de uma porta ser aberta e a sua intimidade digital ser colocada a nu. Veja o exemplo de The Intercept versus Sérgio Moro. Ninguém sabe exatamente como Glenn Greenwood obteve as informações contidas nos celulares (se é que isso ocorreu por invasão de celulares...), mas Moro insiste em afirmar que houve, sim, hackeamento. Uns falam que foi através do Telegram, outros apostam no WhatsApp, e isso não tem mais importância.
Graças à divulgação de conversas entre os procuradores da Lava Jato e Sérgio Moro, o Telegram, ainda não muito popular aqui no Brasil, subiu às nuvens, ganhou grande destaque nos últimos dias. Parece que os diálogos teriam ocorrido quando Moro (que agora é ministro da Justiça de Bolsonaro) ainda era juiz federal no Paraná. Como essas conversas foram obtidas? O Telegram pode ser invadido? Como ele funciona? Ele é mais ou menos seguro que o concorrente WhatsApp? E, afinal, o que é o Telegram?
 
Nesse vaivém de bits, bytes, ou seja lá o que for, não podemos esquecer de outras marcas poderosas do ambiente digital, como Facebook, YouTube, Linkedin, Messenger e outras mais. O Instagram, por exemplo, foi apontado como o "culpado" pelo delegado "digital". Invasão e proteção desse ambiente passaram a ser a grande preocupação de todos, no dia a dia de todas as famílias, no mundo dos negócios e – mais do que nunca – na política. Tem solução, alguma forma de proteção total? Dificilmente. Abriu alguma fresta da porta digital, alguém com certeza terá condições de enfiar um bit ou um byte, um penetra digital ou até um exército inteiro. Moro sabe disso, ele não é criança. E se fosse, também saberia. Certamente já operou invasões nada lícitas. Está querendo se passar por vítima digital, mas cada vez mais deixa impressão de culpado. Nessa guerra dos dígitos, ninguém é inocente, nem mesmo as crianças. Foi-se o tempo em que os Filhos de Bolsonaro dominavam quase sozinhos essa nova atividade política-digital. Filhos, Moro e Procuradores acreditavam que se encontravam muitas nuvens acima do resto do mundo. Mas estão penando um inferno astral digital e acabarão sendo deletados da política nacional.

 
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