27/11/2021 às 06h17min - Atualizada em 27/11/2021 às 06h17min

​NOVA YORK EM EMERGÊNCIA

ÔMICRON PODE ATACAR


A governadora de Nova York, Kathy Hochul, emitiu uma declaração de “emergência de desastre”. O estado registra uma forte alta nos novos casos e internações relacionadas à Covid-19. A medida permite que o Departamento de Saúde local limite os procedimentos considerados não essenciais e não urgentes em unidades médicas, para que os pacientes diagnosticados com o novo coronavírus recebam tratamento imediato.
 
“Continuamos a ver sinais de alerta sobre altas de casos de Covid no inverno, apesar de a nova variante Ômicron ainda não tenha sido detectada no estado de Nova York. Mas ela está chegando. Hoje, eu assinei uma ordem executiva para ajudar o Departamento de Saúde a aumentar a capacidade hospitalar antes de potenciais picos”, escreveu a governadora Hochul, no Twitter.
Segundo ela, a ação permitirá que o estado compre insumos essenciais para combater a pandemia de forma mais eficiente. Ela ainda fez um apelo para que a população se vacine o quanto antes.
“Se vacine e receba a dose de reforço assim que você puder”, escreveu a governadora. (Felizmente, Nova York não é governado por Bolsonaro...)
 
A ação do governo ocorre no momento em que todas as regiões do estado registram uma forte elevação no número de casos. De acordo com números do CDC (Centro de Controle de Doenças), compilados pelo New York Times, a média móvel dos últimos catorze dias foi, na quinta-feira, de 6.666 casos diários, enquanto a média de internações é de 2.846. Também na quinta-feira, foram registradas 32 mortes, queda de 14% em relação aos números de 14 dias atrás.
Apesar do alerta representado pelo aumento de casos e internações, e pelo potencial risco representado pela variante Ômicron, a governadora destaca a alta adesão da população local à vacinação. Segundo o CDC, 90,3% dos moradores adultos do estado receberam ao menos uma dose das vacinas disponíveis, sendo que 80,5% já completaram o ciclo vacinal. Entre a população total, 77,5% das pessoas receberam ao menos uma dose, e 68,2% completaram o ciclo.
Hochul também aproveitou para pedir aos pais e responsáveis que vacinem as crianças entre 5 e 11 anos — desde o começo de novembro, o CDC liberou a aplicação de doses da Pfizer para esta faixa etária.
“As crianças entre 5 e 11 anos estão aptas a receber a vacina contra a Covid-19, e o feriado do Thanksgiving (Ação de Graças) é o momento perfeito para vacinar suas crianças mais novas”, escreveu.
 
A decisão do governo de Nova York ocorre no momento em que os Estados Unidos voltam a registrar uma alta considerável de infecções por Covid-19: na quinta-feira, a média móvel de casos estava em torno de 91 mil infecções diárias, enquanto a de mortes era de 1.066. Quanto à vacinação, 69,9% dos americanos receberam ao menos uma dose, enquanto 59,5% já completaram o ciclo.
Os maiores especialistas em doenças infecciosas do país, incluindo Anthony S. Fauci, pediram cautela, mesmo reconhecendo que havia muitas incógnitas sobre o Ômicron, que a Organização Mundial de Saúde, na sexta-feira, 26, designou como uma variante de preocupação. Autoridades de saúde dos EUA estão em contato com seus colegas sul-africanos para aprender mais sobre a variante emergente, disse Fauci.
“Queremos descobrir, de cientista para cientista, o que exatamente está acontecendo”, disse Fauci em uma aparição no “New Day” da CNN. “Queremos descobrir se esse novo vírus de fato foge às vacinas que estamos fazendo.”
 
Apesar do anúncio do CDC de que o Ômicron não havia sido detectado nos Estados Unidos, Fauci não descartou a possibilidade de a variante já ter chegado ao país. “Claro, tudo é possível”, disse ele.
 
O Índice Dow registra a pior queda de 2021, com a nova variante sacudindo os mercados globais. O Ômicron já foi detectado em Hong Kong, Bélgica e Israel. Eric Topol, o diretor do Scripps Research Translational Institute, disse ao The Washington Post que o Ômicron foi a variante mais preocupante que os cientistas viram desde o Delta.
 
Autoridades de saúde dos EUA já estão em alerta devido ao crescente número de infecções, hospitalizações e mortes que varreram o país nas últimas semanas, desencadeadas pela chegada do inverno - época em que mais pessoas se reúnem em ambientes fechados. Eles também temem um aumento nos casos de coronavírus durante a temporada de férias, à medida que mais pessoas viajam.
 
Leia também no Globo e The Washington Post.

 
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