Tem coisa pior do que o desemprego? Tem, sim. Pior do que o desemprego é prometer um emprego que não existe. Foi o que fez Bolsonaro. A sua promessa sobre criação de empregos em 2020 é desmascarada, é pura obra de ficção. O número verdadeiro é metade do celebrado por Bolsonaro.
O número de empregos formais criados ao longo de 2020 é 46,8% menor que o anunciado pelo governo Jair Bolsonaro. De acordo com o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foram geradas 75.883 vagas e não 142.690 como comemorado por Bolsonaro e Paulo Guedes.
De acordo com reportagem do R7, a atualização baixou o saldo de empregos formais de 142.690 para 75.883 em todo o ano passado. A queda teria sido fruto de um aumento de 2,2% no número de demissões, que passou de 15,023 milhões para 15,361 milhões, e de um incremento de apenas 1,8% no de contratações, que subiu de 15.023.531 para 15.361.234. No dia 28 de janeiro, Guedes divulgou os dados incorretos como sendo uma ‘grande notícia’. Disse ele: “A grande notícia para nós é que, em um ano terrível em que o PIB caiu 4,5%, nós criamos 142 mil novos empregos". A notícia foi celebrada também por Bolsonaro.
A maior distorção foi registrada em junho. Na época, o governo divulgou redução de 10.984 vagas formais quando, na realidade, este número foi 177,2% menor, alcançando 30.448 postos de trabalho. O Ministério do Trabalho e Previdência justificou, em nota, que a diferença dos números se deve à entrega das declarações fora do prazo normal. "Os dados do painel consideram as declarações feitas fora do prazo. Elas são incorporadas às estatísticas até 12 meses após a movimentação acontecer. Assim, até dezembro de 2021 podem ser incorporados dados que vão impactar o saldo de 2020", disse a pasta.
Em outras palavras, empregaram um palavreado para ‘driblar’ o desemprego...
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