28/02/2021 às 08h26min - Atualizada em 28/02/2021 às 08h26min

​PRA QUE VOTAR? VOTAR PRA QUÊ?

VOTO TEM IMPORTÂNCIA?

 
Quando olhamos para o resultado da última eleição presidencial e podemos ver com toda clareza no que deu, dá um grande desgosto, vontade até de desistir. Pra que perder tempo, consumir neurônios, suar a camisa, se o que o povo escolheu, por “livre e espontânea vontade”, foi isso que temos na presidência da República? Você pode dizer que agora ele está em queda nas pesquisas, com aprovação de menos de 30% da população, que só temos que aguentar até o final do próximo ano. Certo, vamos derrotá-lo, mandar de volta para a caserna, onde poderia até ser um bom capitão (o que é quase impossível - ele já foi expulso de lá por desonra, não tem como voltar...).  Mas o mais importante é criarmos condições para que essa tragicomédia – ou melhor, para que essa tragédia completa jamais volte a acontecer.
 
É preciso dar ao voto a importância que ele tem. Não é uma coisa simplesmente formal, uma coisa neutra qualquer. Mas podemos constatar facilmente que ele perdeu a confiança do povo. Como assim? O voto não existe exatamente para garantir os poderes do povo? É ou não é? Acontece que a corrupção política levou o povo a perder a sua confiança, o povo sentiu que o voto sempre tomava partido da minoria mais rica da população. Esse voto distorcido acaba transformando-se em um meio de criminalizar a política em geral.
A direita sacou essa muito bem. Ela não podia ser corrupta sozinha – era preciso que isso fosse regra geral, que a esquerda também ganhasse o rótulo de corrupta (o que jamais se transformou em regra). Foi aí que surgiram Lava Jato, Globo, fakenews dos Bolsonaros, uma artilharia pesada para criminalizar a política.
 
Com esse quadro, temos que ter a consciência de que não podemos nos limitar a defender a importância do voto formal. O voto não é uma coisa neutra, muito ao contrário. Tem sempre um significado. Tem uma direção certa – e por isso não pode se perder em uma urna qualquer.
Defender apenas a importância formal do voto – como se votar pudesse ser algo neutro – não ajuda a mudar a situação e até, ao contrário, pode ajudar a direita a conquistar mais eleitores, para evitar o “perigo” da tal “volta do PT”. Por isso, a esquerda tem a obrigação de agir com firmeza:
1. Deve criticar a abstenção eleitoral, deixando claro que isso não ajuda a mudar a situação de opressão social.
2. Deve criticar o uso do voto nulo como protesto, porque isso, afinal, só faz fortalecer exatamente aqueles contra quem se quer protestar (a direita e a ultradireita).
3. Deve defender o voto de defesa da mudança política e social. É assim que o voto pode realmente se transformar em arma do povo.
4. Deve insistir em mostrar que não há nem alternativa nem solução para o país fora da política. É preciso uma política consciente, para esclarecer a diferença entre verdade e fakenews.
5. Deve escolher os candidatos por sua história, para poder checar se ele tem ou não tem compromisso com o povo.
6. Deve mostrar que ser de esquerda é ser contra a desigualdade social, é defender os direitos do povo que trabalha, estuda e cria. É defender a soberania nacional e não apoiar a venda das grandes empresas estratégicas para o desenvolvimento do Brasil.
7. Deve mostrar que existem propostas consistentes de mudança do país, como é o caso do Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil, lançado pelo PT.
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