23/02/2021 às 12h56min - Atualizada em 23/02/2021 às 12h56min

​VACINAÇÃO NO BRASIL EM 1975:

LE MONDE RECORDA A FAÇANHA...

 
“Hoje nunca mais poderia acontecer”. (É assim que começa a reportagem de Nathaniel Herzberg, publicada nessa segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021, sobre a “extraordinária campanha de vacinação no Brasil em 1975”. Veja. Leia. Os comentários em parênteses são do Daqui&Dali.)
O Brasil vacinou 80 milhões de pessoas em poucos meses contra a meningite graças a uma vacina desenvolvida na França. Uma dessas façanhas, um misto de ambição, ousadia e paixão, que marca quem participa e surpreende quem a descobre.
Uma tese médica, outra na história da ciência, nunca publicada. Um curta-metragem documental, de uso exclusivo para divulgação interna, que alega uma operação realizada com estrondo. E caixas de documentos, cuidadosamente armazenados nos arquivos da Fundação Mérieux. A campanha de vacinação realizada no Brasil contra a meningite meningocócica em 1975 deixou poucos vestígios visíveis na história da saúde francesa (e brasileira, claro). “Vivemos em um país bastante centrado em si mesmo”, explica Alain Mérieux, chefe do Institut Mérieux de 1968 a 1994, agora presidente da fundação com o mesmo nome. O que acontece no exterior raramente ocupa um lugar muito importante aqui." (nós, brasileiros, sabemos disso com muita clareza...)
 
Em São Paulo, 10 milhões de habitantes foram vacinados em cinco dias, um recorde histórico. No entanto, a aventura realizada há trinta e sete anos, a cerca de 9.000 quilômetros de Paris, é realmente um feito de know-how nacional (e internacional). Uma dessas façanhas, um misto de ambição, ousadia e paixão, que marca quem participa e surpreende quem a descobre. De abril a junho de 1975, a empresa farmacêutica Lyon e as autoridades brasileiras vacinaram mais de 80 milhões de pessoas ameaçadas por uma terrível epidemia de meningite cerebroespinhal. Na megacidade de São Paulo, 10 milhões de pessoas foram protegidas em cinco dias, um ponto alto na história da imunização. Números que deixam você tonto e ressoam estranhamente com as notícias de saúde atuais. “Não tente comparar”, avisa Alain Mérieux, “era outra época. As regras sanitárias não eram as mesmas, as relações internacionais eram diferentes e a indústria farmacêutica tinha outras prioridades além da lucratividade."
 
Leia também em Le Monde.
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