Joe Biden, o novo presidente americano, disse que Trump não deve ter acesso às informações de inteligência, direito tradicional dos ex-presidentes. E seu argumento é simples: o “comportamento errático” de Trump não o credencia para isso.
"Acho que não", disse Biden em uma entrevista na sexta-feira, dia 5, à noite, quando foi questionado pela âncora do CBS Evening News, Norah O'Donnell, se Trump deveria receber as informações restritas de inteligência. "Por causa de seu comportamento errático, não relacionado à invasão", referindo-se à invasão do Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro pelos apoiadores de Trump.
Os ex-presidentes dos Estados Unidos tradicionalmente recebem algumas instruções de inteligência mesmo depois de deixarem o cargo. Mas Trump frequentemente denegria a comunidade de inteligência e não era conhecido por receber longos briefings durante seu mandato na Casa Branca. O Republicano enfrentará o seu segundo julgamento de impeachment na semana que vem, desta vez acusado de desencadear uma insurreição no Capitólio, convocando as pessoas a "lutar" pelos resultados das eleições que ele perdeu. Questionado sobre qual seria sua maior preocupação se Trump recebesse informações confidenciais, Biden reagiu contra. “Prefiro não especular em voz alta. Só acho que não há necessidade de ele ter as ... instruções de inteligência. Qual a importância de dar a ele um briefing de inteligência? Que impacto ele tem, além do fato de que ele pode ‘escorregar’ e dizer algo?” disse Biden, deixando ‘escorregar’ que Trump não é nem um pouco confiável.
A entrevista veio no momento em que o Congresso aprovou um orçamento que abriria caminho para que Biden aprovasse seu projeto de ajuda de $ 1,9 trilhão (uns 10 trilhões de reais) para combater a Covid-19, embora ele tenha admitido na entrevista à CBS que não esperava que sua proposta de aumento do salário mínimo para $ 15 (equivalente a cerca de 80 reais) por hora a ser incluída. “Meu palpite é que não estará nele. Mas acho que deveríamos ter um salário mínimo, por si só, US $ 15 a hora ”, disse Biden à CBS.
Aumentar o salário mínimo pode entrar em conflito com as regras do Senado sobre reconciliação, uma ferramenta que os Democratas planejam usar para aprovar o projeto de lei de alívio do coronavírus de Biden sem o apoio Republicano no Senado dividido. Biden disse que estaria preparado para negociar o aumento salarial separadamente e que o aumento poderia ser implementado gradualmente. “Ninguém deve trabalhar 40 horas por semana e viver abaixo do salário de pobreza. E se você está ganhando menos de US $ 15 por hora, está vivendo abaixo do salário de pobreza ”, disse Biden. O atual salário mínimo federal é de US $ 7,25 a hora.
