15/11/2020 às 07h25min - Atualizada em 15/11/2020 às 07h25min

BIDEN E BOLSONARO SE AFASTAM

KAMALA E MOURÃO SE APROXIMAM?

 
Olhando bem para as figuras absurdas de Trump e Bolsonaro, é o caso de perguntar: “Meu Deus, que pecados cometemos para merecer esses castigos?”. Felizmente, antes de um raio despencar sobre nossas cabeças, surge a imagem vibrante de Kamala Harris, chamada (imagine!) por Mourão, ele mesmo, o vice de Bolsonaro.
 
Hamilton Mourão definiu uma estratégia para se aproximar de Kamala Harris, a vice-presidente eleita dos Estados Unidos. O primeiro contato, por “cordialidade”: ele daria congratulações a Harris pela vitória ao lado de Joe Biden na disputa pela Casa Branca.
Dizem nos bastidores diplomáticos que Mourão é um dos nomes mais pragmáticos do núcleo político-militar deste pobre país, o único a ter capacidade de abrir canal de diálogo com a equipe de Biden.

Mas Mourão tem que se cuidar, é alvo dos Filhos de Bolsonaro e de seus aliados mais radicais, que chegaram a falar até mesmo em “conspiração” no governo. Obviamente, Mourão não deverá ser o vice na chapa de Bolsonaro e já prepara voo solo rumo ao Senado 2022. Os atritos entre os dois são muitos. Por exemplo, as duas propostas reveladas pelo Estadão, discutidas pelo Conselho Nacional da Amazônia Legal, comandado pelo vice. A primeira delas prevê o controle de 100% das atividades de organizações não-governamentais (ONGs) na região e a segunda mostra um plano para expropriar propriedades rurais e urbanas que tenham cometido crime ambiental. Bolsonaro, com seu reacionarismo peculiar, disse que a “propriedade privada é sagrada”, chamou a ideia de “delírio” e ameaçou demitir o responsável, “a não ser que essa pessoa (Mourão, claro) seja indemissível”. E fez questão de acrescentar à TV CNN que não está discutindo com o vice a situação dos EUA, nem qualquer outro assunto.

Mourão repetiu aos mais próximos (com objetivo óbvio de tornar público) que não quer atropelar Bolsonaro, embora já tenha dito que, como “pessoa física”, reconhece a vitória de Biden no duelo contra Donald Trump pela Casa Branca. Na verdade (talvez ele nem soubesse...), já na sexta-feira, 13, a Agência Brasil, órgão ligado à Presidência da República, já tinha reconhecido o democrata Joe Biden como presidente eleito dos Estados Unidos. A constatação está em texto publicado no site da entidade, em que anuncia o resultado das eleições no Estado da Geórgia, onde Biden foi declarado oficialmente o vencedor da disputa.
 
Precisava de tanta balbúrdia para acabar fazendo o óbvio?

 
Leia também no Brasil247, no Estadão e Poder 360.
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