O certo, talvez, seria dizer que o impeachment de Bolsonaro está em pauta desde 31 de dezembro, ou seja, antes mesmo da posse. O seu despreparo saltava aos olhos, o seu olhar tosco, as suas ameaças fúteis. Algumas imagens que ficaram de sua posse também comprovam com toda a clareza que o país começava um mergulho na escuridão.
Foi o maior aparato da história das posses, com o Filho sentadão no Rolls Royce presidencial, e o novo presidente já de dedo em riste, como se fosse uma arma, apontando, “atirando” a esmo – e acertando em cheio o nosso futuro.
Passados 137 dias de sua posse, 137 dias de um Brasil sem rumo, o que fica comprovado é que a principal característica de Bolsonaro é atirar a esmo.
Prometeu “restaurar e reerguer nossa pátria, libertando-a definitivamente do julgo da corrupção, da criminalidade, da irresponsabilidade econômica e da submissão ideológica", e o que vemos de fato? Um nada. Ou pior, porque, tratando-se de Bolsonaro, nada é muito.
Nada fez para tirar o país de um buraco ameaçador. Trouxe como munição um Paulo Guedes que tem como alvo prioritário a privatização da Previdência e, agora também, a privatização das universidades públicas, a venda do país inteiro, enfim. Um “ministro nada”, que defende um “brasil nada”, um país sem o seu povo.
Bolsonaro não esperava o tiro saindo pela culatra, mas ele veio na hora certa. A manifestação gigantesca que a Educação trouxe para as ruas fez com que Bolsonaro deixasse ser o atirador apavorante para virar o grande alvo. O país deixou claro que não quer ser apenas um banzé no oeste.
O impeachment virou a ordem do dia, é a bala que está na agulha.