Gilmar Mendes estava certíssimo, quando disse que “a ocupação do Ministério da Saúde por militares associa as forças armadas ao genocídio”. Ele obviamente está fazendo associação com os quase 2 milhões de contagiados no Brasil, com mais de 72 mil mortes, sendo 733 nas últimas 24 horas (13-14/jul/2020).
Os militares reagiram, bateram pé, fizeram beicinho e responderam desrespeitosamente a Gilmar. O Ministro da Defesa e os comandantes do Exército, da Marinha e da Força Aérea reagiram sem pensar no país. Não pensaram nos milhões de contagiados nem nas milhares de mortes pelo coronavírus. Em vez de bater o pé como criança malcriada, deveriam bater continência para Gilmar e tratar de passar o bastão imediatamente. Valeu pelo sacrifício feito até agora. Nessa guerra, os profissionais são outros.
O próprio Bolsonaro parece que sentiu na veia a pressão para afastamento do general de onde ele nunca deveria ter se aproximado. A sensação que fica é que ele foi posto no cargo para controlar o orçamento do ministério sob o comando de Nelson Teich – que tratou de cair fora imediatamente... Pazuello é interino na pasta há dois meses, desde 15 de maio. Aparentemente, gostou do que (não) fazia e tornou-se o termômetro de nossa pandemia.
A jornalista Mônica Bergamo informa em sua coluna na Folha de São Paulo que Jair Bolsonaro e seu núcleo mais próximo já buscam alternativa para trocar o comando do Ministério da Saúde. O país inteiro agradece e deseja saúde para Pazuello – mas não deseja o ministério...