12/07/2020 às 07h54min - Atualizada em 12/07/2020 às 07h54min

​A VANTAGEM DA QUARENTENA DO CORONAVÍRUS:

MENOS BARULHO


Com a chegada do confinamento, o mundo passou a viver uma realidade inteiramente surpreendente. O parisiense Simon, por exemplo, descobriu o prazer de teletrabalhar pelas janelas abertas. E a parisiense Cybèle aprendeu a reconhecer a música dos periquitos de pescoço anelado. Sabe os tapa-ouvidos de todo dia? Depois de anos de uso, Mélusine guardou na gaveta e passou a destrutar noites tranquilas, graças à drástica redução do tráfego rodoviário e ao fechamento de "lugares que recebem o público que não são essenciais para a vida no país".
 
Para investigar esse novo relatório sobre o ruído, o jornal Le Monde lançou um apelo para obter depoimentos e, em poucas horas, reuniu cem respostas de mulheres e homens de todas as idades, que viviam no campo ou na cidade. Praticamente a uma só voz, eles deram o testemunho de um paradoxo: o de poder "ouvir o silêncio". E essa redução acentuada da poluição sonora também pôde ser observada por observatórios franceses especializados que possuem estações de medição acústica.
 
Um silêncio incomum

Em Ile-de-France (região central, onde fica a torre Eiffel), a Bruitparif (organização ambiental sem fins lucrativos responsável pelo monitoramento do ruído ambiental na aglomeração de Paris) relatou, em uma análise publicada no início de junho, ter observado "um silêncio incomum" com o confinamento. Ao longo da rede rodoviária, o indicador Lden (nível de ruído ponderado em 24 horas) diminuiu 7 decibéis durante as oito semanas inteiras de confinamento. Em comparação com o dia a dia anterior, houve uma queda de cerca de 80% nas emissões de ruído. Ouviu bem? 80 por cento menos ruído!!!

Nas áreas movimentadas, nas noites de fim de semana, a queda média foi muito acentuada - entre 6,9 ​​e 19,6 decibéis a menos, dependendo do bairro. A poluição sonora sofrida pelos moradores próximos de canteiros de obras e aeroportos em Ile-de-France, cuja atividade entrou em colapso com a crise da saúde, também foi bastante reduzida.
A organização Lyonnais Acoucité, que se interessa principalmente por ruídos nas estradas e observa estações de medição localizadas em várias áreas metropolitanas da França, também observou uma queda nos níveis médios de ruído associada às restrições de viagem impostas aos franceses em 17 de março.
 
Algum bem o coronavírus tinha que fazer ao mundo... OUVIU?
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