É inacreditável a incompetência do governo Bolsonaro no combate ao coronavírus (Covid-19). Cada dia que passa é mais uma derrota, com números crescentes de infectados e de mortes. Perdemos a disputa de “os piores do mundo” apenas para os Estados Unidos de Trump, o amigão e mentor de Bolsonaro. Falta ousadia, falta inteligência, falta amor ao país. Talvez fosse o caso de enfiar Bolsonaro na bolsa de uma cangurua e despachá-lo para a Austrália para aprender, no mínimo, como se combate o coronavírus: no último dia 23 de maio, por exemplo, os australianos contavam com apenas 16 novos casos de infecção.
A Austrália ampliou o seu programa de inspeção e pesquisa até dentro de esgotos na caça ao coronavírus – não quer por hipótese alguma viver uma segunda onda da epidemia. Dependendo dos resultados, realizará política específica de localização das pessoas portadoras do coronavírus e os bairros afetados terão ação maior. Até o momento, mais de um milhão de testes foram realizados neste país de 25 milhões de habitantes. No Brasil foram realizados... deixa pra lá. Ninguém tem noção exata, cada hora é um número, cada estado tem controle diferente e, com isso, o país inteiro leva uma surra do coronavírus.
Para as autoridades australianas, a análise de águas residuais é um meio barato e eficaz de monitorar a evolução da epidemia. Os hidrógrafos jogam baldes em tubulações para coletar amostras, que são analisadas em um laboratório encarregado de detectar qualquer vestígio de vírus. Segundo Nicholas Crosbie, da companhia Melbourne Water, responsável pelo gerenciamento das águas da cidade, “o objetivo é estar alerta e detectar casos não declarados ou recorrência” do vírus, explica ele. “Sabemos que o coronavírus é excretado nas fezes até seis semanas após o aparecimento dos primeiros sintomas”. Ele destaca que não há risco de contrair o vírus através da água tratada, pois ele é removido durante o tratamento. A análise das águas residuais já é um método usado para detectar doenças como a poliomielite e a presença de drogas como a cocaína. E é bom que se diga que as águas residuais de Paris, Tóquio, Amsterdã, Valência (Espanha) e Massachusetts (Estados Unidos) também já foram analisadas, em menor escala.
A Austrália já começa a levantar algumas medidas de restrições para conter a pandemia de coronavírus. Entre nós, talvez as autoridades bolsonaristas tenham dificuldade até mesmo em detectar o esgoto...