22/05/2020 às 14h40min - Atualizada em 22/05/2020 às 14h40min

CELSO DE MELLO MANDA A PGR DECIDIR SOBRE NOTÍCIAS-CRIME CONTRA BOLSONARO

APREENSÃO DO CELULAR DO PRESIDENTE E DO FILHO “02” ESTÁ ENTRE OS PEDIDOS DO INQUÉRITO


As decisões do ministro do STF, Celso de Mello, estão no centro das atenções do Brasil. Os internautas já levaram o nome do ministro para o topo do Twitter, nessa sexta-feira.  A primeira manifestação do decano do Supremo Tribunal Federal já transferiu, nessa quinta-feira, para a Procuradoria Geral da República (PGR) decidir se o presidente Bolsonaro vai depor no inquérito que investiga a denúncia que ele tentou interferir na Polícia Federal para proteger os filhos, como afirmou o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. A notícia-crime foi encaminhada ao STF pelo PDT, PSB e PV, no dia 28 de abril. A busca e apreensão do celular de Bolsonaro e do filho, Carlos Bolsonaro, também estão incluídas no requerimento dos partidos para que seja feita a perícia. São três notícias-crimes contra Bolsonaro. 
Ao enviar para a PGR, Celso de Mello ressaltou que é dever do Estado fazer a apuração dos fatos delituosos denunciados por “qualquer pessoa do povo”. 
A expectativa maior é se o ministro Celso de Mello vai liberar na íntegra ou só uma parte do vídeo, já considerado uma “bomba”, da reunião ministerial do dia 22 de abril. A preocupação de Jair Bolsonaro e do governo é enorme porque notícias vazadas revelam que na gravação tem ataques e pedidos de prisão para ministros do STF, em particular do próprio Celso de Mello, dos governadores e contra a China. Em relação ao objeto da investigação, se Bolsonaro tentou interferir na Polícia Federal para salvar os filhos de acusações alvos de investigações, há informações que há citações sérias sobre o caso, confirmando a denúncia do ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro. 
Nessa quinta-feira à noite, durante a tradicional “live” semanal, Jair Bolsonaro chegou a pedir ao ministro Celso de Mello para não divulgar o vídeo na íntegra porque seria “um constrangimento”. Mesmo acuado, Bolsonaro atacou."Vão perder amanhã , estou adiantando a decisão do ministro Celso de Mello. Não tem nada, nenhum indício, de que porventura eu interferi na Polícia Federal naquelas duas horas de fita. Mas eu só peço, não divulguem a fita toda",disse.
"Tudo que eu falei pode ser divulgado, exceto duas pequenas passagens, de 15 segundos cada uma, que a gente fala de política internacional e uma coisa, no meu entender, de segurança nacional e, obviamente, o que os ministros falaram, como não tem nada a ver com o inquérito, que não tornasse público, porque é um constrangimento... ficamos na informalidade, você brinca um com o outro, sai um palavrão... não é o caso de tornar público isso", continuou.

O Brasil só poderá analisar se as “brincadeiras” entre o presidente e o ministério, em plena pandemia do coronavírus, são normais para um país que enfrenta uma grave crise sanitária, econômica e política, se o ministro Celso de Mello realmente liberar todo o conteúdo do vídeo, nessa sexta-feira, como prometeu. 
Agora há pouco, a CNN informou que o ministro Celso de Mello decidiu divulgar o vídeo na íntegra. Vamos aguardar.

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