21/05/2020 às 15h49min - Atualizada em 21/05/2020 às 15h49min

​IMPEACHMENT E PROMESSA DE LIBERAR O SOCORRO PARA ESTADOS E MUNICÍPIOS

UM DIA PARA BOLSONARO NÃO ESQUECER


Enquanto as faixas de “Fora Bolsonaro” ocupavam a Esplanada dos Ministérios para lembrar que o PT, PSOL, PSOL, PCdoB, PCB, PCO, PSTU, UP e mais 400 entidades e movimentos sociais, protocolavam na Câmara dos Deputados um pedido de impeachment contra o presidente Bolsonaro, lá no Palácio do Planalto acontecia uma reunião inédita nesses 17 meses de governo. Bolsonaro se reunia, pela internet, com os governadores, o presidente da Câmara, deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

No encontro, Bolsonaro anunciou que vai sancionar, com vetos, a proposta que destina R$ 60 bilhões para o socorro emergencial a estados e municípios para compensar os efeitos da pandemia do coronavírus. Era uma queda de braço entre governadores, o Legislativo e o governo Bolsonaro, desde o dia 6 de março, quando o projeto foi aprovado no Senado.
“Todos os poderes estão unidos, juntos a governadores e prefeitos. Deixemos os embates políticos de lado e vamos dar as mãos, pois, em uma guerra, se não for assim, todos perdem, e seremos implacavelmente julgados por nossas atitudes”, escreveu no Twitter o senador Davi Alcolumbre.

O presidente da Câmara também ressaltou  a união de todos. “Muito importante a reunião hoje com o Presidente da República para a sanção do projeto de socorro a Estados e municípios nesta pandemia. A união de todos para o enfrentamento ao coronavírus é a sinalização mais importante”, reafirmou Rodrigo Maia.

Mas o presidente já sinalizou que não está disposto a ceder totalmente aos governadores ao pedir o apoio para suspender o reajuste dos servidores até 2021. O prazo para ele decidir sobre o projeto acaba no dia 27. "Isso será sancionado o mais rápido possível para que possamos fazer dessa reunião uma grande vitória do povo brasileiro", disse Bolsonaro. Mas lá do Maranhão, o governador Flávio Dino (PCdoB-MA) lamentou. “A reunião do presidente da República com os governadores foi um sinal positivo. Contudo, lamento que ainda não saibamos o que será vetado. E que a pauta econômica e social não tenha sido abordada. Espero que o diálogo institucional se mantenha como regra, e não exceção”, compartilhou  pelas redes sociais o governador maranhense.

Camilo Santana (PT-CE), governador que trava uma grande batalha contra o coronavírus no Ceará, destacou a importância da união para defender a vida. “Reunião dos governadores com os presidentes da República, da Câmara e do Senado sobre as medidas econômicas neste momento. Defendo que haja a união de todos, deixando de lado divergências políticas e ideológicas. O mais importante é a proteção de todos brasileiros para superar a crise”, afirmou no Twitter.
 
Como os governadores, principalmente os do Nordestes, já conhecem muito bem quem é Jair Bolsonaro, não devem ter ficado surpresos ao saber o que ele falou para aquela claque de apoiadores, ao sair do Palácio da Alvorada a caminho da reunião. "Imaginem uma pessoa do nível dessas autoridades estaduais na Presidência da República. O que teria acontecido com o Brasil já. Vocês vão ter que sentir um pouco mais na pele quem são essas pessoas para, juntos, a gente mudar o Brasil. Mudar à luz da Constituição, da lei, da ordem", disse Bolsonaro ao criticar, mais uma vez, os governadores.
 
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