Nesse 12 de maio é o Dia Internacional da Enfermagem, uma homenagem à britânica Florence Nightingale que nasceu nessa data, em 1820. Ela foi uma jovem que se rebelou contra a situação submissa da mulher na época, destinadas a casar e à maternidade. Por isso Florence se tornou enfermeira, função exercida, até então, somente pelas freiras. O trabalho de Florence se destacou quando organizou e chefiou uma equipe de 38 enfermeiras voluntárias que foram para o campo de batalha na Guerra da Crimeia (1853-1856) onde se dedicaram a trataram dos soldados feridos. Quando voltou para casa, Florence se dedicou a melhorar as condições do tratamento médico para os pobres. Ela lutou para profissionalizar a atividade e fundou a Escola de Enfermagem do Hospital St Thomas, em Londres, que hoje tem o nome dela. Hoje seria um dia de celebrações em todo o mundo para homenager os 200 anos de nascimento daquela que é considerada a mãe da enfermagem moderna. Mas quis o destino que os milhões de profissionais de enfermagem espalhados pelo mundo hoje estejam combatendo uma guerra contra a pandemia do coronavírus. Seguindo a mesma trajetória de Florence, a turma da enfermagem está na linha de frente dessa batalha, muitas vezes perdendo até a vida. No Brasil, a falta de material de proteção e a situação precária de muitos hospitais foram grandes responsáveis por causar a morte, até agora, de 98 profissionais de enfermagem no combate ao coronavírus. E foi com um protesto que a categoria lembrou a data, na abertura da Semana da Enfermagem. Manifestantes vestidos de branco inflaram um boneco gigante do presidente Bolsonaro com as mãos sujas de sangue, em uma praça de Brasília. Ao lado do boneco, uma faixa com a frase de Bertold Brecht: "Os que lavam as mãos, o fazem numa bacia de sangue". No dia primeiro de maio, Dia do Trabalhador, enfermeiros que realizavam um protesto contra a morte dos colegas, vítimas do coronavírus, em frente ao Palácio do Planato, foram agredidos por apoiadores de Bolsonaro. A empresária Marluce Gomes, o funcionário do Ministério da Mulher e Direitos Humanos, Renan Sena, e Gustavo Gaia Machado de Araújo estão sendo processados pelo Conselho Federal de Enfermagem. A Semana da Enfermagem, entre 12 e 20 de maio, é uma homenagem a outra mulher, pioneira da profissão no Brasil, a baiana Ana Néri (Ana Justina Ferreira Néri). Ela nasceu em 13 de dezembro de 1814, em uma família rica, mas deixou a vida tranquila para servir como voluntária na Guerra do Paraguai (1865-1870). Ana Néri morreu em 20 de maio de 1880. Os anos foram passando, a Enfermagem deixou de ser uma profissão exclusiva das mulheres e hoje é uma das atividades que mais emprega no Brasil. Ela é regulamentada por lei e existe nos níveis superior e técnico. Mas ainda falta muito para os Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem serem reconhecidos como merecem e têm direto. Veja nesse vídeo da Semana da Enfermagem.