Esses venezuelanos estão partindo de vários países da América Latina, principalmente da Colômbia, do Brasil, do Peru e do Equador. Na quarta-feira, dia 6, um avião chegou à Venezuela com 250 “retornados” do Chile. Nicolás Maduro, o presidente venezuelano, lançou “Programa Vuelta a la Patria” e anunciou, em entrevista coletiva de imprensa, que outros 24 do Programa serão enviados.
Os retornados carregam junto grande mágoa com a recepção nos países “muy amigos”. O atendimento à saúde foi coisa que foi negada. A família de Michelle Martínez, por exemplo, venezuelanos de Guárico (Centro-Norte do país, pertinho do Mar do Caribe, não muito distante da Guiana Inglesa e de Roraima, no Brasil), que faleceu na cidade colombiana de Medellín por coronavírus, denuncia que a jovem - atleta de badminton venezuelana - tentou diversas vezes ser atendida em hospitais da Colômbia. Apesar de apresentar todos os sintomas do vírus, Michelle nunca teve cuidados médicos no sistema público de saúde local. A atleta morreu no dia 30 de abril.
Os cuidados no transporte
A companhia aérea estatal CONVIASA (Consorcio Venezolano de Industrias Aeronáuticas y Servicios Aéreos) preparou cabines isoladas para as pessoas com suspeita ou confirmação de coronavírus. E os que atravessam a fronteira por terra devem passar por um corredor sanitário, com profissionais que medem a temperatura, conferem os sinais vitais e realizam os testes rápidos, do tipo RT-PCR (do inglês reverse-transcriptase polymerase chain reaction), considerado o padrão-ouro no diagnóstico do coronavírus, cuja confirmação é obtida através da detecção do RNA do SARS-CoV-2 na amostra analisada, preferencialmente obtida de raspagem da nasofaringe.
Pela fronteira entre o estado brasileiro de Roraima e o estado venezuelano de Bolívar já entraram 1.696 venezuelanos – e oito deles, infelizmente, tiveram resultado positivo para o novo coronavírus...
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