07/05/2020 às 20h07min - Atualizada em 07/05/2020 às 20h07min

​PRESSÃO NO STF NÃO COLA E BOLSONARO AMPLIA ATIVIDADES ESSENCIAIS

CONSTRUÇÃO CIVIL FOI INCLUÍDA NO DECRETO


O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) não conseguiu convencer o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, a tirar dos governadores e prefeitos a decisão das medidas para combater o coronavírus mesmo depois da reunião de surpresa, nessa quinta-feira, no Supremo. Para pressionar, Bolsonaro levou poderosos empresários que, como ele, só pensam em derrubar o isolamento. Os outros ministros do STF foram surpreendidos, ao ver pelas redes sociais, a reunião. A indignação é grande.
Bateram em retirada depois de Dias Toffoli recomendar que o governo federal dialogue com os governadores e prefeitos e que coordene as ações no combate à pandemia. Como ele vem demonstrando que não quer saber disso, Bolsonaro tentou dividir com o STF a culpa pela grave crise política, financeira e sanitária que atravessa o Brasil. Ao se encontrar com a claque de apoiadores, no Palácio da Alvorada, falou sobre a desatrosa  reunião. “Estou fazendo o possível para o comércio voltar à normalidade. Hoje estive reunido com empresários que representam 45% do PIB, representam 30 milhões de empregos,eles falando que estão caminhando para o colapso, ou seja,demissões em massa e a economia não recupera mais, vira um caos o Brasil”. E partiu para cima do Supremo. “Obviamente ele (Toffoli) vai transmitir isso a seus pares porque parte da responsabilidade disso tudo também é deles, do Supremo Tribunal Federal”. 
Para atender os empresários, Jair Bolsonaro editou, no fim da tarde, decreto ampliando a  lista dos serviços essenciais. Ele incluiu atividades da construção civil e industriais. O decreto saiu em edição extra do Diário Oficial da União. 
A publicação adicionou os seguintes ítens : produção, transporte e distribuição de gás natural; indústrias químicas e petroquímicas de matérias-primas ou produtos de saúde, higiene, alimentos e bebidas; atividades de construção civil; e atividades industriais. O ato é uma atualização do decreto de 20 de março,  nove dias após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar pandemia da Covid-19.
Bolsonaro sabe que para essas atividades funcionar, não adianta a ampliação assinada quinta-feira. “ O que não está no decreto e ficou decidido, segundo o Supremo Tribunal Federal, que estados e municípios diriam se poderiam ou não funcionar essas categorias”, reconheceu. O que será que achou do decreto o empresário Synésio Batista da Costa que, ao tentar defender o fim das restrições, na reunião do STF, causou a maior revolta nas redes sociais, chegando rapidamente aos assuntos mais comentados do Twitter? Veja o vídeo.

 

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