03/05/2020 às 13h25min - Atualizada em 03/05/2020 às 13h25min

O CORONAVÍRUS VEIO PARA FICAR?

E NÓS, COMO FICAMOS?

 
No Irã, o coronavírus (Covid-19) já matou tanta gente (perto de 7.000), que o país está fazendo enterros em massa. Mas no Iraque, país vizinho, colado um no outro, o número não chegou a 100.
Experts estão se matando para determinar a razão de uma diferença tão grande em espaços tão próximos. Se matarem a charada, talvez descubram uma lógica universal para salvar a humanidade. Metrópoles globais como Nova York, Paris e Londres foram simplesmente devastadas, enquanto cidades superpopulosas, como Bangkok, Bagdá, Nova Délhi e Lagos foram, até agora, extremamente “poupadas” pelo vírus.
 
Centenas de estudos em todas as partes do mundo pesquisam, por exemplo, como a demografia, condições pré-existentes e genética podem afetar a grande variação no impacto.
Médicos na Arábia Saudita estão estudando se as diferenças genéticas podem ajudar a explicar os vários níveis de gravidade nos casos do coronavírus entre os árabes sauditas, enquanto os nossos cientistas, aqui no Brasil, investigam a relação entre a genética e as complicações do coronavírus. Vários países estão estudando se medicamentos comuns para hipertensão podem piorar a doença e se uma determinada vacina contra a tuberculose pode fazer o oposto.
 
Muitos países em desenvolvimento, com climas quentes e populações jovens, escaparam do pior, sugerindo que a temperatura e a demografia podem ser fatores determinantes. Mas países como Peru, Indonésia e Brasil - países tropicais em meio a crescentes epidemias – lançam uma ducha de água fria nessa esperança.
 
Medidas draconianas de distanciamento social e bloqueio antecipado foram claramente eficazes, mas Mianmar e Camboja não fizeram isso e relataram poucos casos (pensa-se que talvez o vírus ainda não tenha chegado a esses países). A Rússia e a Turquia pareciam estar bem até que, de repente, não estavam mais.
 
Em 1918, a gripe espanhola que explodiu nos Estados Unidos também parecia ter diminuído durante o verão, mas voltou com força total no outono, com uma terceira onda no ano seguinte e, finalmente, alcançou lugares distantes, como ilhas no Alasca e no Pacífico Sul, e infectou um terço da população mundial.
 
Seja como for, ainda não existe uma resposta, não existe um final à vista para o coronavírus. O nosso mundo, esse mundo em que vivemos (em quarentena ou fora dela), está sob ataque intenso e mortal. Isso afeta nós todos. Somos nós ou o vírus – é a luta da humanidade.
 
(A partir de trecho de reportagem no The New York Times)

 
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