17/04/2020 às 17h10min - Atualizada em 17/04/2020 às 17h10min

QUE VOLTEM OS MÉDICOS CUBANOS!

NOSSOS ÍNDIOS PRECISAM DELES PARA COMBATER O CORONAVÍRUS


A doença do coronavírus (COVID-19) espalha-se rapidamente pelo Brasil. Mas Bolsonaro nega a gravidade e transmite informações enganosas e contraditórias sobre como reagir, defende o uso de hidroxicloroquina e defende o fim da quarentena no país!!!.
Todas as evidências científicas vão contra essas recomendações bolsonarianas, e seu discurso só serve para colocar a população em risco. O sistema de saúde pública no Amazonas, por exemplo, já "entrou em colapso", segundo declaração do próprio prefeito da capital, Manaus. O governo Bolsonaro tem que mudar imediatamente de postura. Tem que parar de minimizar a ameaça do coronavírus. E tem que tomar medidas para proteger as populações vulneráveis ​​do Brasil, incluindo nossos índios.

Os grupos de risco padrão para coronavírus são os idosos e os grupos que são suscetíveis a doenças, portanto faz sentido incluir os povos indígenas nos grupos de risco. Os agentes infecciosos historicamente têm sido um dos fatores mais poderosos para dizimar os povos indígenas da América do Sul. E o coronavírus representa uma ameaça particular para essas comunidades, já que o governo federal marginalizou e negligenciou os povos indígenas, apesar de eles terem direitos garantidos por lei ou por acordos internacionais. Portando, pode-se esperar que os povos indígenas e os povos tradicionais sejam especialmente vulneráveis ​​à síndrome respiratória aguda grave - coronavírus 2 (SARS-CoV-2), o vírus que causa o COVID-19. Além de seu histórico de suscetibilidade a epidemias, muitas dessas comunidades isoladas carecem de postos médicos, de médicos e de medicamentos básicos, sem falar dos ventiladores que seriam necessários para tratar um surto. O inacreditável é que recentemente o governo Bolsonaro demitiu 8.000 médicos cubanos que atendiam a pequenas comunidades no interior do país, o que foi especialmente prejudicial às comunidades indígenas e tradicionais da região amazônica.

É absolutamente urgente proteger essas pessoas da Amazônia. Em vez de permitir que missionários evangélicos entrem em contato com grupos indígenas isolados, todos os meios de transporte para essas áreas devem ser absolutamente restritos. O primeiro caso indígena da doença foi confirmado em 1º de abril. De acordo com as diretrizes internacionais, o governo brasileiro deve garantir imediatamente o isolamento e o monitoramento nas áreas indígenas, bem como de todos aqueles que têm contato com elas. Tem que agir rapidamente, com médicos, equipamentos de proteção individual e recursos de teste.

O Brasil deve manter uma quarentena em escala nacional para reduzir o impacto da doença. Medidas preferidas por Bolsonaro, como “isolamento vertical” ou uma quebra parcial do isolamento, entram em conflito com as recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e com estudos científicos, colocando em risco toda a população brasileira. A eficácia da hidroxicloroquina, por exemlo, não foi confirmada, embora seus riscos já tenham sido. Proteger os povos indígenas e tradicionais contra o coronvírus, reconhecendo seu aumento de risco e agir em conformidade, protegerá a saúde pública de todos os brasileiros e garantirá a sustentabilidade da Amazônia.

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