15/04/2020 às 08h28min - Atualizada em 15/04/2020 às 08h28min

​MOURÃO E OS MILITARES ASSUMEM O COMANDO

COMANDO DO PAÍS E DO COMBATE A MANDETTA

 
A luta contra o coronavírus tomou conta do país inteiro, é assunto permanente nas rádios, nas TVs, nas redes sociais, nas residências repletas de quarentena. Praticamente não se fala de outra coisa. Quantos morreram hoje? Quantos estão internados? Qual o percentual entre uma coisa e outra? Onde tem comércio aberto? Como está o desemprego? Enfim, essas interrogações espalharam-se como vírus. Mas estão deixando de ser assunto exclusivo, já começam a abrir espaço para uma discussão acelerada sobre a sucessão presidencial.

Quem deu o pontapé inicial foi nada menos do que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Foi ele que atraiu os holofotes do país inteiro através de suas longuíssimas, detalhadíssimas e bem elaboradas exposições sobre o que é o coronavírus, como se desenvolverá e qual a melhor forma de combatê-lo, um show de rádio e televisão, uma verdadeira aula de marketing político. Não contente em já ter conquistado corações e mentes do grande público brasileiro, deu um esporro em seu chefe imediato, Jair Bolsonaro, que ainda ocupa a presidência da República - e tratou de tornar isso evidente através de entrevista no Fantástico da Globo. Estava lançada a sua candidatura à presidência da República, como representante da direita desesperada diante do crescimento acelerado da frente de esquerda - crescimento impulsionado pelo desemprego, pelo pibinho que se apresentava, a disparada do dólar, a queda da gasolina e até pela quarentena.

Obviamente o governo do capitão Bolsonaro teria que reagir. Mas como fazer isso com um presidente que só sabe dar tirinho na porta do Alvorada e, em seguida, correr atrás da proteção do marketing digital dos Filhos? Silêncio. Até que entrou em cena, nessa terça-feira, dia 14, o tweet do vice-presidente Mourão, general. E não usou meias-palavras. Foi direto ao ponto: a candidatura de Mandetta. Escreveu: "A respeito da entrevista do Ministro Mandetta, - eu vou utilizar uma linguagem do polo: o Ministro cruzou a linha da bola, ele não precisava ter dito determinadas coisas". E ilustrou com uma jogada de polo, no momento da tacada. Ou seja: “Fica na tua, Mandetta, senão a gente te detona...”
Mais ainda, Mourão mandou recado para Bolsonaro, querendo dizer ou “deixa que posso resolver por você” ou “fica na tua que tu não entende disso, eu resolvo”. No recado, citou o ex-presidente americano Lyndon Johnson: “Se um homem, ao assumir a presidência não pode buscar aquilo que ele julga correto, para que  ser presidente, então?”

Aliás, essa é a pergunta que o Brasil inteiro faz: “Bolsonaro, quando é que você vai pegar o quepe e sair pelo quartel dos fundos?”
HG
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