Bolsonaro conseguiu, ontem, dia 6, demonstrar sua total incompetência. Tinha escolhido o seu ministro da saúde, o médico e deputado federal licenciado Henrique Mandetta, como seu adversário a ser esmagado, afastado sumariamente e definitivamente do cargo. O motivo? Bolsonaro não consegue admitir o uso da ciência contra suas crenças idiotas. Queria demonstrar na marra que essa história toda de quarentena para combater o coronavírus era história da carochinha.
Com a caneta na mão e a cabeça vazia de sempre, deu início ao processo de afastamento. Seria um golpe desfechado por quem já detém o poder executivo, apenas para demonstrar que detém mais poder do que o seu ministro da Saúde. Os seus exércitos digitais chegaram a iniciar o processo de queimação de Mandetta em suas redes sociais. A mídia tradicional foi devidamente informada. Mas os protestos e a mobilização contra a sua idiotice tomaram conta do país. A opinião pública manifestou-se contra a entrega do país ao poder do coronavírus.
Todos sabem que a quarentena é algo difícil e que mexe com a nossa economia, afasta grande parte da população de suas fontes de renda, obtida diariamente nas ruas e calçadas dos centros urbanos. Mas todos sabem também que a quarentena é indispensável para mantermos distância do vírus matador. O problema passou a ser convencer Bolsonaro disso tudo – e quem é capaz de convencer alguém que se acha dono da verdade? Foi preciso que os ministros militares (que têm patentes superiores e inteligência também superior ao de Bolsonaro) assumissem o controle da situação. Obrigaram Bolsonaro a voltar atrás e manter Mandetta como ministro da Saúde e coordenador geral da luta contra o coronavírus. Foi uma verdadeira humilhação, nunca vista antes. Mas foi merecida. Os Bolsonaros precisam aprender de uma vez por todas que um país não pode ser conduzido à base de tirinhos e taoqueis. Foi uma lição merecida.
O país infelizmente continuará (pelo menos até a próxima eleição...) com um presidente incompetente para o cargo. Mas, felizmente, estará mais protegido contra a ameaça do coronavírus.
