06/04/2020 às 13h39min - Atualizada em 06/04/2020 às 13h39min

MAIA PARTE PARA CIMA DE BOLSONARO:

“ATRAPALHA E FOGE DA RESPONSABILIDADE”

As relações entre o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso entram em rota de colisão depois que as milícias digitais intensificaram os ataques aos parlamentares e ao STF. O presidente da Câmara, deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), contra-atacou. Em entrevista, na madrugada desta segunda-feira, no programa Canal Livre da Band, Maia acusou assessores de Bolsonaro de serem “marginais” e  os responsáveis pelos ataques nas redes sociais.  O deputado não poupou críticas à atuação de Bolsonaro nesse momento que o Brasil tenta combater a propagação do coronavírus. “A sinalização do presidente vai cada dia numa linha, e ela acaba, claro, atrapalhando, disse o presidente da Câmara. E cobrou de  Bolsonaro: “Cada um precisa assumir a sua responsabilidade, em vez de ficar criando conflitos e insegurança com a sociedade, o Palácio do Planalto poderia estar atuando para salvar vidas, para salvar empregos, para salvar a renda dos mais vulneráveis. Mas infelizmente, alguns no Palácio preferem, junto com o presidente, “esse gabinete de ódio, preferem continuar conflitando com o Parlamento, com o Supremo, do que dar soluções. Talvez porque não saibam encontrá-las”, alfinetou Maia.
Enquanto Rodrigo Maia reafirmava as críticas ao governo Bolsonaro, na gravação do Canal Livre, o tal “gabinete de ódio” não dava trégua e atacava o maior parceiro comercial do Brasil. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, publicava no Twitter, ataques racistas à China. E escolheu o personagem Cebolinha da Turma da Mônica para acusar os chineses. A embaixada da China no Brasil reagiu na hora. Em comunicado, acusou o ministro de fazer “declarações difamatórias contra a China em redes sociais, estigmatizando a China ao associar a origem do Covid-19 ao país”. E o comunicado fez ameaça ao Brasil. 
“Tais declarações são completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil. O lado chinês manifesta forte indignação e repúdio a esse tipo de atitude”.
Nessa segunda-feira, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, pelo Twitter, cobrou retratação do governo brasileiro. “O lado chinês aguarda uma declaração oficial do lado brasileiro sobre as palavras feitas pelo min. da Educação, membro do governo brasileiro. Nós somos cientes de que nossos povos estão do mesmo lado ao resistir às palavras racistas e salvaguardar nossa amizade”, concluiu o embaixador.
A  China nem esperou que o governo Bolsonaro se manifestasse. Nessa segunda-feira, o governo de Pequim anunciou que vai trocar a soja brasileira pela dos EUA. Mais um problemaço para a turma de Bolsonaro e Guedes. A China é o maior país importador dos produtos agrícolas brasileiros. Em 2019, o valor das exportações para a China foi de US$31,01 bilhões.
Depois desse anúncio, o ministro Weintraub apagou o polêmico Twitter e negou que seja “racista”. Tarde demais, o estrago já foi feito.
Veja o trecho da entrevista de Rodrigo Maia no Canal Livre que o presidente da Câmara postou no Twitter.
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